16 de ago. de 2011

Os Dez Mandamentos

                                Durante o reinado de Ramsés II, Moisés leva os hebreus para fora do Egito (entre os anos de 1292 - 1225 a.c. ). Os Hebreus, estabelecidos no delta do Nilo, depois da morte de José, tiveram que suportar o jugo dos egípcios.  Deus chama Moisés e revela-se a ele primeiro na sarça ardente, chamando-o a uma grandiosa missão, ou seja, libertar o povo eleito da escravidão. Moisés torna-se chefe do povo oprimido e combate, sob a guia divina, os poderes do mundo.  Depois de ter libertado o seu povo, Deus o conduziu através das águas (travessia do Mar Vermelho) e através do deserto. No monte Sinai, Deus proclama a aliança com seu povo: "Se obedecerdes à minha voz e guardardes a minha aliança, sereis, entre todos os povos, o meu povo em particular.... Sereis uma nação consagrada"(ÊX 19, 5-6). Ali, Moisés recebe  as Tábuas da Lei (Decálogo), que foram escritos com o próprio dedo de Deus: "Tendo o Senhor acabado de falar a Moisés sobre o monte Sinai, entregou-lhe as  duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus"  (ÊX 31, 18).  Entretanto, o povo, vendo que Moisés tardava em descer a montanha, fraco e incrédulo, fez  para sua imagem  um bezerro de ouro, usando os  brincos dos homens e mulheres, que foram fundidos e moldados naquela forma. Construíram um altar e passaram a adorá-lo. 
                       O Senhor então disse à Moisés: "Vai, desce, porque se corrompeu o povo que tiraste do Egito" (ÊX 32, 7). Moisés cumpriu a ordem  e ao ver o bezerro de ouro, com grande cólera  arrojou  de suas mãos as tábuas  e quebrou-as aos pés da montanha.  Conclamou o povo dizendo: "Vinde a  mim todos os que são pelo Senhor".  Todos os  filhos de Levi juntaram-se em torno dele.  Mandou que rodeassem o acampamento e matassem  todos os parentes corrompidos.  Eles cumpriram a ordem de Moisés e naquele dia cerca de três mil homens pereceram à espada.  Moisés disse: "Vou subir hoje ao Senhor; talvez obtenha o perdão da vossa culpa". Subindo ao monte,  Moisés  ouve de Deus diversas admoestações dirigidas ao povo de cerviz dura. Os israelitas, ouvindo as  palavras retransmitidas por Moisés, puseram-se a chorar e  arrependidos, despojaram-se de seus enfeites. O Senhor disse à Moisés: "Talha duas tábuas de pedra semelhantes às primeiras:  escreverei nelas as palavras que se encontram nas primeiras que quebraste" E assim foi feito. Moisés ficou junto do Senhor quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão nem beber água. E o Senhor  escreveu nas tábuas o texto da aliança, as dez palavras:







   I - Amar a Deus sobre todas as coisas (*)
  II - Não tomar Seu Santo Nome em vão
 III - Guardar Domingos e dias santificados (*)
  IV - Honrar pai e mãe
  V - Não matar
 VI - Não pecar contra a castidade
 VII - Não furtar 
VIII - Não levantar falso testemunho 
 IX - Não desejar a mulher do  próximo
  X - Não cobiçar as coisas alheias







10 de ago. de 2011

OS SACRAMENTOS DA IGREJA





Batismo -    É através deste nascimento que o homem ingressa na Igreja. Como nos desenvolvemos da água de dentro das membranas do feto e cuja  gestação proporcionará os meios para nosso nascimento carnal, deve ser imperiosa a preocupação dos pais em relação aos filhos, ou dos cristãos em relação aos pagãos, no que se refere ao  nascimento espiritual  através da água.   Sobre isto, muitas vezes, também nós gostaríamos de fazer a pergunta de Nicodemos: "Como pode um homem nascer, sendo já velho? porventura pode tornar a entrar  no seio de sua mãe e nascer de novo?" - respondeu Jesus: "Em verdade, em verdade, Eu te digo: Quem não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar o Reino de Deus" (Jo 3, 4-5). O nascimento carnal, unido ao nascimento espiritual são fatores preponderantes para alcançarmos a salvação eterna. Quando  nascemos,  já iniciou para nós a eternidade,  e essa predestinação só se concretiza nas águas do Batismo. Eis a nossa responsabilidade frente às essas duas grandezas. Todas as prefigurações no Antigo Testamento, encontram sua realização em Jesus, iniciando-se em sua vida pública após ter-se feito batizar por São João Batista. Depois de sua Ressurreição, confere esta missão aos Apóstolos: "Ide por todo o mundo, fazei que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei" (Mt 28m 19-20).  O Batismo é um banho de água que purifica, santifica e justifica, no qual a Palavra de Deus produz seu efeito vivificante.  Santo Agostinho dirá do Batismo: "Accedit verbum ad elementum, et fit Sacramemtum" - Une-se a Palavra ao elemento, e acontece o Sacramento. 
  Confirmação ou Crisma -   Batizados nos primeiros  meses de vida, os cristãos, são representados pelos padrinhos. São eles nossos primeiros condutores, apresentam-nos no Templo do Senhor, falam por nós.  É necessário, então,  que, quando alcançarmos a consciência necessária,  confirmemos  espontaneamente   tudo aquilo  que foi prometido  pela boca  dos nossos  padrinhos -  abraçar os preceitos da  Santa Madre Igreja,   submeter-nos  inteiramente a  Deus. Abraçar a fé envolve amor, e amor implica em renúncia,  renúncia absoluta ao poder do Mal e todas as suas subsequentes obras.  Todo o batizado ainda não confirmado, pode e deve receber o Sacramento da Confirmação. Pelo fato do Batismo, Confirmação e Eucaristia formarem uma unidade , os fiéis têm a obrigação de receber tempestivamente este Sacramento, pois que, apesar do Batismo já ser por si só válido e eficaz,  a iniciação cristã permanece inacabada sem o Sacramento da Confirmação.  O ministro da Confirmação é o Bispo. Embora o Bispo possa, quando houver necessidade, conceder aos presbíteros a sua administração, é conveniente que ele mesmo o confira, não esquecendo-se que por este motivo é  que essa celebração foi separada temporalmente do Batismo.  Salientando-se  que, sendo os Bispos, sucessores dos Apóstolos, receberam a plenitude do Sacramento da Ordem.  Se um cristão estiver em perigo de morte, todo presbítero pode dar-lhe a Confirmação.  
Eucaristia -   Somos herdeiros deste tesouro valiosíssimo, que abre defintivamente para nós as portas da santidade, é o caminho seguro da eternidade. Ninguém é, nem pode  considerar-se digno de receber Nosso Senhor na Eucaristia. Não foi,  então,  pela dignidade nossa que Jesus Cristo se decidiu instituí-lo.  Assim  como esteve nas casas do pecadores e  comia com eles à mesa, assim nos visita na Santa Comunhão para ser alimento para nossa alma e  para nos conceder as graças necessárias  para nossa  santificação.  Entre as pessoas que se aproximam da Mesa Eucarística há aqueles que, julgando-se indignos, receiam  acercar-se da santa comunhão. Outros não se preocupam com esta eventualidade. Ao contrário, fazem preparação rápida, rotineira ou sem atenção alguma.  Se estes pecam por excesso de falta de familiaridade com Deus,  os outros não são menos dignos de censura.  Pior ainda são  aqueles  que se aproximam da comunhão com postura de cristão, mas com indiferença de pagão.  Quem se dirige da  comunhão ainda  com outras  intenções, que não seja o desejo firme e  a resolução sincera de desapegar-se cada vez mais dos pecados e defeitos, não faz dela o uso que Deus quer.  Quem está consciente de pecado grave, não pode receber a comunhão, sem antes confessar seu pecado através do sacramento da confissão. São Paulo adverte: "... cada um examine  si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação" (1cor 11, 27-29).  Diante dessa grandeza, o fiel deve repetir humildemente e com fé ardente as palavras do  Centurião: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo".  A recepção freqüente da Santa Comunhão, deve  produzir um amor cada vez mais ardente a  Nosso Senhor,  inflamar na alma o fervor e a piedade e despertar o desejo de tornar-se cada vez mais agravável aos olhos de Deus, por uma vida santa.  Que a Sagrada Eucaristia jamais seja para nós motivo de condenação, mas, como invoca o Sacerdote na Missa: "Sustento e remédio para nossa vida".  Mesmo diante dos nossos pecados e indignidades,  renovemos com o coração este pedido a Deus para comungarmos com plena confiança na sua infinita misericórdia. À oferenda de Cristo unem-se não somente os membros que ainda estão na terra, mas também os que já estão na glória do céu, em comunhão com a Santíssima Virgem Maria,  com quem estamos como que aos pés da Cruz, aos santos e santas e também aos fiéis defuntos do Purgatório para que possam entrar na luz e na paz de Cristo. "Eu sou o pão vivo, descido do céu. Quem comer deste pão, viverá eternamente. (...) Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna. (...) permanece em mim e eu nele", disse Jesus.  A Eucaristia é o maior tesouro que o Senhor deixou aos seus filhos na terra. "A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo neste Sacramento 'não se pode descobrir pelos sentidos, diz São Tomás, mas só com fé, baseada na autoridade de Deus'.     Comentando São Lucas 22, 19 ("Isto é meu Corpo que será entregue por vós"), São Cirilo de Alexandria declara: "Não perguntes se é ou não verdade; aceita com fé a palavras do Senhor, porque ele, que é a Verdade, não mente". 


8 de ago. de 2011

Solenidade de Corpus Christi


          A Igreja celebra Corpus Christi (Corpo de Deus) como festa de contemplação, adoração e exaltação, onde os fiéis se unem  em torno de sua herança mais preciosa deixada por Cristo, o Sacramento da sua própria presença. 
                                  A solenidade do Corpo de Deus remonta o século XII,  quando foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264, através da bula “Transiturus”, que prescreveu esta solenidade  para toda a Igreja Universal.
                                  A origem da festa deu-se por um fato extraordinário ocorrido ao ano de 1247, na Diocese  de Liége – Bélgica.  Santa Juliana  de Cornillon, uma monja agostiniana, teve consecutivas visões de um astro semelhante à lua, totalmente brilhante, porém com uma incisão escura. O próprio Jesus Cristo a ela revelou que a  lua significava a  Igreja,   sua claridade  as festas e, a mancha,  sinal da ausência de uma data dedicada ao Corpo de Cristo.  Santa Juliana levou o caso ao bispo local que,  em 1258, acabou instituindo  a festa em sua Diocese.
                                  O fato, na época,  havia sido  levado também ao conhecimento do bispo Jacques de Pantaleón que, quase  duas décadas  mais tarde, viria   ser eleito Papa (Urbano IV), ou seja,  ele próprio viria a estender a solenidade  a toda a Igreja Universal. O fator, que deflagrou a decisão do Papa, e que viria  como que a confirmar a  antiga visão de Santa Juliana,   deu-se por um grande  milagre ocorrido no segundo ano de seu pontificado: O milagre eucarístico de Bolsena, no Lácio, onde um sacerdote tcheco, Padre Pietro de Praga,   colocando dúvidas na presença real de Cristo na Eucaristia durante a  celebração da santa Missa,  viu brotar sangue da hóstia consagrada. (Semelhante ao milagre de Lanciano, ocorrido no início do Século VIII).   O fato foi levado ao Papa Urbano IV, que encarregou o bispo de Orvietro a  levar-lhe as  alfaias  litúrgicas  embebidas com o Sangue de Cristo. Instituída para toda a Igreja, desde então, a data foi marcada por concentrações, procissões e outras práticas religiosas, de acordo com o modo de ser e de viver de cada país, de cada localidade.
                                  No Brasil, a festa foi instituída em 1961. A tradição de enfeitar as ruas com tapetes ornamentados originou-se em Ouro Preto, Minas Gerais e a prática foi adotada em diversas dioceses do território nacional. A celebração de Corpus Christi consta da santa missa, da procissão e da adoração do Santíssimo. Lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento, esse povo foi alimentado com o maná no deserto e hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo. Durante a missa, o celebrante consagra duas hóstias, sendo uma consumida e a outra apresentada aos fiéis para adoração, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.  
Reflexões
Os católicos tem plena convicção da presença real de Cristo na Eucaristia. Jesus está verdadeiramente presente, de dia e de noite, em todos os Sacrários do mundo inteiro. Contudo, nos parece que esta certeza já não reside com tanta intensidade no coração do homem moderno. O maior Tesouro que existe sobre a terra, "que possui o valor do próprio Deus", a Eucaristia, Cristo a deixou para os homens .... de graça!   Se mesmo na condição de pecadores, assombramo-nos com o descaso a tão valioso Sacramento, impossível assimilar o sentimento de Deus ante a  indiferença dos homens com a Eucaristia.   
Ao contrário do que se imagina,  a Igreja está mais preocupada em pregar e difundir a Sã Doutrina, do que com o número de ovelhas em seu aprisco. A Igreja não trabalha baseada em dados estatísticos, mas com a difusão do Evangelho.  Nesse sentido, lembremos que houve debandada geral da turba quando Jesus revelou publicamente: "Minha carne é verdadeiramente comida e meu Sangue, verdadeiramente bebida".  Ao ouvir isto, o povo escandalizado deu as costas à Jesus;  todos evadiram-se, restando apenas doze. Jesus não deu maiores explicações, nem correu atrás da multidão desolada, pelo contrário,  simplesmente perguntou aos doze: "Quereis vós também retirar-vos?".  No que São  Pedro respondeu: "A quem iríamos nós, Senhor?  Só Tu  tens palavras de vida eterna" (Cf. Jo 6, 52 - 68).   Portanto, é absolutamente claro que:  "Jesus não depende das multidões, as multidões é que dependem d'Ele", assim como "A Igreja de Cristo não depende dos fiéis, os fiéis é que dependem dela para chegarem a Cristo"  (Livro Oriente)
Ao aproximarmo-nos do Santo Sacrário, tenhamos a confiança de dizer "Meu Senhor e meu Deus", certos de que Ele está ali, Vivo, Real e Verdadeiro a  ouvir nossas  preces e  a contemplar nossa fé.  E esta fé, é uma formidável bem-aventurança que recebemos de Jesus,  por intermédio das dúvidas levantadas por São Tomé, a quem o Mestre disse: "Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!"  (Jo 21, 29)
"Eu creio, Senhor, mas aumentai a minha fé"
Chinese SimplifiedEnglishFrenchGermanSpainItalianDutchPortugueseJapaneseKorean Arabic