10 de ago. de 2011

OS SACRAMENTOS DA IGREJA





Batismo -    É através deste nascimento que o homem ingressa na Igreja. Como nos desenvolvemos da água de dentro das membranas do feto e cuja  gestação proporcionará os meios para nosso nascimento carnal, deve ser imperiosa a preocupação dos pais em relação aos filhos, ou dos cristãos em relação aos pagãos, no que se refere ao  nascimento espiritual  através da água.   Sobre isto, muitas vezes, também nós gostaríamos de fazer a pergunta de Nicodemos: "Como pode um homem nascer, sendo já velho? porventura pode tornar a entrar  no seio de sua mãe e nascer de novo?" - respondeu Jesus: "Em verdade, em verdade, Eu te digo: Quem não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar o Reino de Deus" (Jo 3, 4-5). O nascimento carnal, unido ao nascimento espiritual são fatores preponderantes para alcançarmos a salvação eterna. Quando  nascemos,  já iniciou para nós a eternidade,  e essa predestinação só se concretiza nas águas do Batismo. Eis a nossa responsabilidade frente às essas duas grandezas. Todas as prefigurações no Antigo Testamento, encontram sua realização em Jesus, iniciando-se em sua vida pública após ter-se feito batizar por São João Batista. Depois de sua Ressurreição, confere esta missão aos Apóstolos: "Ide por todo o mundo, fazei que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei" (Mt 28m 19-20).  O Batismo é um banho de água que purifica, santifica e justifica, no qual a Palavra de Deus produz seu efeito vivificante.  Santo Agostinho dirá do Batismo: "Accedit verbum ad elementum, et fit Sacramemtum" - Une-se a Palavra ao elemento, e acontece o Sacramento. 
  Confirmação ou Crisma -   Batizados nos primeiros  meses de vida, os cristãos, são representados pelos padrinhos. São eles nossos primeiros condutores, apresentam-nos no Templo do Senhor, falam por nós.  É necessário, então,  que, quando alcançarmos a consciência necessária,  confirmemos  espontaneamente   tudo aquilo  que foi prometido  pela boca  dos nossos  padrinhos -  abraçar os preceitos da  Santa Madre Igreja,   submeter-nos  inteiramente a  Deus. Abraçar a fé envolve amor, e amor implica em renúncia,  renúncia absoluta ao poder do Mal e todas as suas subsequentes obras.  Todo o batizado ainda não confirmado, pode e deve receber o Sacramento da Confirmação. Pelo fato do Batismo, Confirmação e Eucaristia formarem uma unidade , os fiéis têm a obrigação de receber tempestivamente este Sacramento, pois que, apesar do Batismo já ser por si só válido e eficaz,  a iniciação cristã permanece inacabada sem o Sacramento da Confirmação.  O ministro da Confirmação é o Bispo. Embora o Bispo possa, quando houver necessidade, conceder aos presbíteros a sua administração, é conveniente que ele mesmo o confira, não esquecendo-se que por este motivo é  que essa celebração foi separada temporalmente do Batismo.  Salientando-se  que, sendo os Bispos, sucessores dos Apóstolos, receberam a plenitude do Sacramento da Ordem.  Se um cristão estiver em perigo de morte, todo presbítero pode dar-lhe a Confirmação.  
Eucaristia -   Somos herdeiros deste tesouro valiosíssimo, que abre defintivamente para nós as portas da santidade, é o caminho seguro da eternidade. Ninguém é, nem pode  considerar-se digno de receber Nosso Senhor na Eucaristia. Não foi,  então,  pela dignidade nossa que Jesus Cristo se decidiu instituí-lo.  Assim  como esteve nas casas do pecadores e  comia com eles à mesa, assim nos visita na Santa Comunhão para ser alimento para nossa alma e  para nos conceder as graças necessárias  para nossa  santificação.  Entre as pessoas que se aproximam da Mesa Eucarística há aqueles que, julgando-se indignos, receiam  acercar-se da santa comunhão. Outros não se preocupam com esta eventualidade. Ao contrário, fazem preparação rápida, rotineira ou sem atenção alguma.  Se estes pecam por excesso de falta de familiaridade com Deus,  os outros não são menos dignos de censura.  Pior ainda são  aqueles  que se aproximam da comunhão com postura de cristão, mas com indiferença de pagão.  Quem se dirige da  comunhão ainda  com outras  intenções, que não seja o desejo firme e  a resolução sincera de desapegar-se cada vez mais dos pecados e defeitos, não faz dela o uso que Deus quer.  Quem está consciente de pecado grave, não pode receber a comunhão, sem antes confessar seu pecado através do sacramento da confissão. São Paulo adverte: "... cada um examine  si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação" (1cor 11, 27-29).  Diante dessa grandeza, o fiel deve repetir humildemente e com fé ardente as palavras do  Centurião: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo".  A recepção freqüente da Santa Comunhão, deve  produzir um amor cada vez mais ardente a  Nosso Senhor,  inflamar na alma o fervor e a piedade e despertar o desejo de tornar-se cada vez mais agravável aos olhos de Deus, por uma vida santa.  Que a Sagrada Eucaristia jamais seja para nós motivo de condenação, mas, como invoca o Sacerdote na Missa: "Sustento e remédio para nossa vida".  Mesmo diante dos nossos pecados e indignidades,  renovemos com o coração este pedido a Deus para comungarmos com plena confiança na sua infinita misericórdia. À oferenda de Cristo unem-se não somente os membros que ainda estão na terra, mas também os que já estão na glória do céu, em comunhão com a Santíssima Virgem Maria,  com quem estamos como que aos pés da Cruz, aos santos e santas e também aos fiéis defuntos do Purgatório para que possam entrar na luz e na paz de Cristo. "Eu sou o pão vivo, descido do céu. Quem comer deste pão, viverá eternamente. (...) Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna. (...) permanece em mim e eu nele", disse Jesus.  A Eucaristia é o maior tesouro que o Senhor deixou aos seus filhos na terra. "A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo neste Sacramento 'não se pode descobrir pelos sentidos, diz São Tomás, mas só com fé, baseada na autoridade de Deus'.     Comentando São Lucas 22, 19 ("Isto é meu Corpo que será entregue por vós"), São Cirilo de Alexandria declara: "Não perguntes se é ou não verdade; aceita com fé a palavras do Senhor, porque ele, que é a Verdade, não mente". 





 Penitência ou Confissão -  "Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a Igreja que feriram pecando, e a qual colabora para sua conversão, com caridade, exemplo e orações.   Pela absolvição do sacerdote, Deus concede aos fiéis o perdão e a paz. São João diz:  "Se dissermos:  'Não temos pecado', enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós" (1Jo 1, 8).  A conversão a Cristo, o Batismo, o dom do Espírito Santo, o Corpo e o Sangue de Cristo recebidos, nos tornaram "santos e irrepreensíveis diante dele" (Ef 1,4), assim como a própria Igreja, esposa de Cristo é "santa e irrepreensível" (Ef 5,27). Entretanto, a nova vida recebida na iniciação cristã, não suprimiu a fragilidade e a fraqueza da natureza humana, nem a inclinação ao pecado, a que chamamos "concupiscência", que continua nos batizados para prová-los no combate da vida cristã, auxiliados pela graça de Cristo. Esse combate, objetiva a conversão para chegar à santidade e a vida eterna, pelo qual somos incessantemente chamados pelo Senhor.   Jesus,  conhecendo as nossas fraquezas, foi extremamente bondoso ao instituir o sacramento da confissão, conferindo  aos Apóstolos e Sacerdotes da Igreja, o poder de perdoar os pecados.  
A contrição perfeita e a imperfeita - Entre os atos do penitente, a contrição vem em primeiro lugar,e que consiste em detestar o pecado e a ele não voltar. Assim, quando brota do amor de Deus, a contrição é perfeita e perdoa as faltas veniais e também os pecados mortais, desde que inclua aí a firme resolução de recorrer, quando possível, à confissão sacramental. A contrição chamada imperfeita (ou atrição) também é um dom de Deus, um impulso do Espírito Santo. Nasce da consideração do peso do pecado ou pelo medo de se ir para o inferno ou outras penas que ameaçam o pecador (Contrição por temor).  Este abalo da consciência pode ser o início de uma evolução interior, que será concluída pela ação da graça também pela absolvição sacramental. Só que a contrição imperfeita não obtém o perdão dos pecados graves, mas predispõe a obtê-lo no sacramento da penitência, ou seja, no confessionário mesmo. Apresentar TODOS os pecados ao sacerdote - Somos absolvidos plenamente, desde que nos esforcemos a apresentar os pecados que nos vêm à memória, no esforço de não ocultar este ou aquele pecado. As pessoas que, conscientemente, tentam ocultar alguma falta ao sacerdote, não colocam diante da Bondade Divina nada que Ela possa perdoar em nome do sacerdote. É como ocultar uma ferida ao médico. A medicina não pode curar aquilo que ignora. Confessar uma vez por ano - Todo fiel é obrigado a confessar seus pecados graves, pelo menos uma vez ao ano. Quem tiver a consciência de ter praticado pecado mortal, não pode receber a Comunhão, mesmo que profundamente contrito. Deve confessar-se primeiro, a menos que tenha um motivo grave para comungar e que lhe seja impossível chegar a um confessor.  



5. Unção dos enfermos -  É um sacramento destinado a quem  está muito doente. Nestes casos não devemos  limitar o enfermo somente aos cuidados  do corpo.  Se a doença é grave e deixa prever o desenlace final, devemos falar-lhe  da conveniência  ou necessidade de chamar o sacerdote, para com calma pôr em ordem os negócios da alma  e receber o santos Sacramentos que tanto alívio dão aos pobres doentes.  É um dos preconceitos mais perniciosos e diabólicos que aponta a visita do sacerdote nesse momento como agouro de morte. O católico verdadeiro, também no leito de morte,  não se assusta com a visita do sacerdote. Pelo contrário, lhe é uma das visitas mais agradáveis. Se é possível de supor que o doente, aliás sendo católico, se assuste com a presença do sacerdote, é o caso de ponderar o que é melhor:   Receber os Sacramentos, ou deixá-lo no pecado, concorrendo  assim para uma possível condenação?  É preferível que o enfermo, embora se assuste um pouco,  morra na graça de Deus e encontre a salvação. A Igreja Apostólica conhece este rito, atestado por São Tiago: "Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará;  e se tiver cometido pecados, estes lhe serão perdoados" (Tg 5, 14-15).  O Sacramento da Unção dos Enfermos é conferido às pessoas acometidas de doenças perigosas, ungindo-as na fronte e nas mãos com óleo consagrado.  Não é, porém, um sacramento só daqueles que se encontram às portas da morte,  mas também às pessoas que, no tempo oportuno começam a correr perigo de morte por doença, debilitação física ou velhice, ou também, antes de uma cirurgia de alto risco.  
Viático - último sacramento do cristão - Além da Unção dos Enfermos, a Igreja oferece a Eucaristia como viático. É semente de vida eterna e poder de ressurreição, segundo as palavras do Senhor: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6, 54).  Assim, os sacramentos da Penitência, Unção dos Enfermos e Eucaristia como viático constituem, quando a vida cristã chega a seu término, "os sacramentos que preparam para a Pátria Celeste", ou os sacramentos que consumam a peregrinação. 
6. Ordem -  
Ao escolher São Pedro como o comandante desta embarcação divina, que é a Igreja,  o caráter hierárquico foi transmitido apostolicamente, por desiderato do Senhor,  até os tempos atuais.  Só um varão batizado pode receber validamente a ordenação sagrada. O Senhor Jesus escolheu homens para formar o Colégio dos Doze Apóstolos, e os apóstolos fizeram o mesmo quando escolheram os colaboradores que seriam seus sucessores na missão. O colégio dos Bispos, ao qual os presbíteros estão unidos no sacerdócio torna presente e atualiza o colégio dos doze, até o retorno de Cristo.  Essa escolha foi feita pelo próprio Jesus e, por isso, a ordenação de mulheres não é possível.
  Celibato - Todos os ministros  ordenados na Igreja latina, com excessão dos diáconos permanentes, são escolhidos entre os homens fiéis que não só vivem, mas querem guardar o celibato "por causa do Reino dos Céus" (Mt 19, 12).  Entregam-se eles inteiramente a Deus e aos homens, consagram-se com indiviso coração ao Senhor e "cuidam das coisas do Senhor".  
Os graus do sacramento da Ordem - O ministério eclesiástico, divinamente instituído, é exercido em diversas ordens que, desde a antiguidade são chamados bispospresbíteros e diáconos.  A doutrina católica, expressa na liturgia e na prática constante da Igreja, reconhece que existem dois graus de participação no sacerdório de Cristo: O episcopado (os Bispos) e o presbiterado (os Padres).  O diaconado se destina a ajudá-los e a servi-los. Por isso, o termo "Sacerdos", designa, na prática atual, os bispos e os sacerdotes, mas não os diáconos.  Não obstante,  ensina a doutrina católica que os graus departicipação sacerdotal (episcopado e presbiterado) e o de serviço (diaconado) são conferidos por um ato sacramental chamado "ordenação", isto é, pelo sacramento da Ordem.  
"Que todos reverenciem os diáconos como Jesus Cristo, como também o Bispo, que é a imagem do Pai, e os presbíteros, como o senado de Deus e como assembléia dos apóstolos. Sem eles não se pode falar de Igreja."
7. Matrimônio -   Existe, por princípio,  uma estreita correlação entre os sacramentos do Matrimônio e da Ordem.  Se temos hoje bons e santos sacerdotes, com certeza tais vocações são frutos de instrução religiosa cultivados desde a infância em meio a matrimônios santos, num ambiente de fé e constância, não obstante todas as tribulações e aversidades. Por conseguinte, se temos  bons casais que vivem fielmente sua união, certamente seu estado é conseqüência das orações dos nossos religiosos e sacerdotes e da instrução religiosa que recebida da Santa Madre Igreja. Isto também pode representar uma eloqüente expressão do que chamamos "Comunhão dos Santos". Nos tempos atuais,  embora a tendência seja coletiva em tratar tão insigne Sacramento, primeiramente, como uma convenção social,  nós, como cristãos católicos,  não podemos jamais nos afastar das nossas convicções. Sabemos que trata-se de um compromisso séríssimo, e porque não dizer, gravíssimo. Na simplicidade ou na pompa, o casal firma um compromisso eterno, uma promessa feita diante de Deus. Pela sua própria boca,  reafirma-se a indissolubilidade já prescrita por Jesus e, diante d'Ele e para Ele, prometem entre si, acompanhar um ao outro até o dia da morte, "na alegria, na tristeza,  na saúde, na doença, na dor, etc".  O casamento consumado não finaliza num mero cumprimento cerimonial. Pelo contrário, é quando iniciam as obrigações do casal, especialmente em relação à educação dos filhos na Santa Religião. Conduzir toda a família nos preceitos da Igreja para, juntos, alcançar um dia a Pátria Celeste, afinal,  a prioridade de uma família cristã deve ser a salvação da alma.  Estabelecendo-se essa meta, o resto é detalhe, as necessidades temporais são equacionadas pela graça, em alusão às palavras do Senhor: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e o resto vos será dado por acréscimo".  
Santa Margarida, embora rainha, tomou a si  a a tarefa de santamente ensinar os filhos na doutrina cristã e fazendo-os observar nos mandamentos das leis de Deus e da Igreja. Além disso, ensinava aos ricos e altamente colocados como devem passar  o tempo e de que maneira devem tratar os pobres. Aos cônjuges,  ensinava o devido respeito à Igreja, o zêlo necessário para ouvir a Palavra  de Deus, observar as leis do jejum e da abstinência. Sem  os princípios da religião de Cristo,  não é possível nenhum matrimônio subsistir. 

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